terça-feira, 12 de setembro de 2017

Itens mágicos:como tornar os seus mais interessantes?

Nós, RPGistas, conhecemos bem o famoso "efeito árvore de natal". Quem nunca se questionou o motivo de itens mágicos serem tão comuns em cenários próprios, ao ponto de qualquer Zé-ruela possuir um anel do sustento ou uma espada +1. Isto, particularmente, sempre me incomodou muito.
Descrição visual do efeito árvore de natal
 Afinal, mesmo os maiores heróis das histórias e mitos que conhecemos,tem,no máximo,três itens mágicos (ou raros), nenhum deles banal ou esquecível.Thor tem seu Mjölnir, o seu cinto:megingjord e suas manoplas: Járngreipr. (Isto lhes lembra uma combinação de três itens mágicos famosos do nosso querido D&D?)
Maior usuário destes três itens, fora o Thor.



Arthur tem a Excalibur.Rolland tem Durendal.Até em outras mídias vemos isto:em Cavaleiros do Zodíaco, cada um tem sua própria armadura sagrada, única,que só os dignos podem usar.
Em resumo, oquê eu quero dizer é que, PARA MIM a alta fantasia normalmente banaliza o poder dos itens mágicos, os tornando coisas simples,sem poder ou importância.Os donatários destes itens são facilmente esquecíveis, isto quando não são só anões ferreiros genéricos.

Legal, Bernardo, mas como eu melhoro meus itens mágicos? 

Bom indo direto ao ponto, depois de tanto enrolar:variedade.
Na quinta edição de Dugeons and Dragons, no DMG (Dugeon Master Guide- Guia do mestre) possui uma lista de itens mágicos únicos e especiais.Não é mais como na 3.5 onde tínhamos uma variedade de itens com bônus números, tornando aquela espada épica, apenas um pedaço e papel com números.Não que os números tenham sumido, mas agora variam de +1 até +3, e uma espada flamejante se chama língua flamejante, não espada-genérica-que-troquei-o-mais-um-por-1d6-de  dano de fogo.Isto torna cada item mágico único e especial para o grupo.Mas isto não é tudo.

Dica número 1:Nomeie

Na verdade, peça para seus jogadores nomearem. Ao dar uma espada "+1" diga que uma espada tão lendária e tão especial merece um nome. Não necessariamente precisa ser um nome épico ou importante.As vezes uma espada marcante pode ter um nome cômico.Afinal, todo mundo tem uma "ferroada" ou "vingadora sagrada", mas poucos tem um martelo chamado de "Vasectomia" ou uma adaga "+3" chamada GINSU dois mil!"

Dica número 2: Descreva-o de uma maneira maravilhosa

Isto se aplica até mesmo em cenários de High-fantasy.Se você tiver uma espada ++1, por que não falar que ela é uma espada feita de um místico aço ligado com sangue de dragão? Ou que o escudo apanhador de flechas não é feito de um tipo mágico de madeira que só cresce na selva de árvores-pedras do reino das fadas e adornado com mitrhil?Ou melhor: não diga oquê é para seus jogadores, mesmo que eles comprem, diga que o vendedor não sabe direito o quê é aquilo, mas dê uma descrição superficial. Fale sobre uma antiga lenda que este escudo era usado por Equilopode, um antigo rei anão, quer possuía a habilidade de refletir qualquer golpe que um elfo lhe desse (isto pode nem ser verdade, mas tornará o item mais interessante). Outra dica é só descrever a aparência do item e deixar a imaginação dos jogadores rolarem solta

 
Este simples bracelete conta várias histórias, meu amigo...
Dica final: Itens demais, importância de menos

Quanto mais itens mágicos um jogo tiver, mais corriqueiros eles serão. Para alguns jogadores e mestres, isto é ótimo! Provavelmente se você gosta de jogar assim, existem ótimos cenários, como Eberron e você deveria jogar neles. Mas eu particularmente não sou muito fã de termos quarenta itens mágicos por pessoa, justamente por eles ficarem sem importância, esquecíveis.Portanto, apesar de parecer legal deixar os jogadores fortes, maneire nos itens mágicos.